O comércio vai cruzar o dia das mães num cenário de esfriamento econômico pela primeira vez nos últimos anos. É a data comemorativa que mais aquece o varejo no primeiro semestre, mas, desta vez, sob a recomendação de cautela por parte das entidades empresariais. Uma pesquisa da FCDL/SC e da Fecomércio em sete cidades catarinenses revela que, mesmo com a economia mais fria, as vendas pelo crediário para o dia das mães ainda devem registrar crescimento em relação ao ano passado, mas de apenas 1%.
No Estado, vestuário prossegue como o carro-chefe das vendas na data. São 44,6% dos consumidores que vão recorrer às lojas do segmento, a maioria delas no comércio de rua (74,8%), contra 18,5% dos que escolhem shoppings centers. Os setores que mais faturam são a perfumaria (13%) e o de calçados e bolsas (11,5%). Apenas 7,5% dos consumidores ainda estão indecisos quanto ao presente, segundo revela a pesquisa.
Em nível nacional, o momento econômico fará o dia das mães “ser de lembrancinhas, já que o consumidor está menos propenso a gastar”, observa Rubens Panelli Jr, especialista e consultor de gestão de varejo. Para ele, não convém aos varejistas criar grandes expectativas. “A instabilidade econômica e medo do desemprego estão deixando o consumidor com receio de fazer gastos extras”, afirma. Pesquisa do Provar (Programa de Administração do Varejo) em parceria com a Ibevar (Instituto de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo) mostra que, no país, apenas 46,6% dos consumidores pretendem comprar bens duráveis, produtos de maior preço.
O dia das mães é a menina dos olhos do comércio: fomenta consideravelmente o mercado por englobar todas as atividades do varejo. Já a páscoa, por exemplo, fica concentrada nos supermercados.
Segundo pesquisa realizada pelo Provar (Programa de Administração do Varejo) em parceria com a Ibevar (Instituto de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), o percentual de consumidores que pretendem comprar bens duráveis é de 46,6%, áreas em que os produtos são de maior preço.
O cenário para o segundo semestre também não é dos mais animadores. A tendência é que é que o mercado continue lento. Os especialistas não aconselham aos varejistas a fazerem grandes estoques de mercadorias. As grandes promoções também não devem gerar grande diferença este ano.
Com a desaceleração da economia, o comércio está sentindo mais neste ano o crescimento dos atrasos de pagamento relacionados às compras feitas no Natal. Nesta área, Santa Catarina dá exemplo: o índice de inadimplência, segundo o SPC, deve ficar em apenas 1,71 no segundo trimestre, contra 1,42% do primeiro. O SPC atribui esse bom resultado às campanhas de treinamento com usuários (lojistas associados) visando a utilização correta das ferramentas para análise de crédito. O trabalho inclui campanhas para sensibilizar o consumidor sobre importância da preservação do crédito.